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Brasil disputará FAO e candidato pode ser Lula

 

 

 

 

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O Brasil formalizou sua disputa pela direção-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) com o inédito cuidado de não antecipar o nome de seu candidato. A cautela se deve ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ter ainda decidido se concorrerá ao posto ou se deixará a disputa para seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

De acordo com autoridades brasileiras, o candidato original de Lula, José Graziano, teria chances remotas de ser o indicado pelo governo para esse organismo, sediado em Roma.

A definição sobre a candidatura terá de esperar a sucessão de Amorim. O nome de maior agrado pessoal de Dilma é o do diplomata Antônio Patriota, secretário-geral das Relações Exteriores e ex-embaixador do Brasil em Washington. Patriota tornou-se amigo de Dilma e é visto como uma opção menos traumática, por tratar-se de um membro do Itamaraty.

Mas também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e até o ex-ministro Antonio Palocci são cogitados. Dentre as três opções, a escolha de Patriota sugere a continuidade da política externa de Lula-Amorim. A aposta em Palocci envolveria mudanças mais profundas, em especial na orientação da política comercial, como já foi sinalizado no seu período na Fazenda. A posição de Meirelles sobre temas de política internacional é uma incógnita. Mas ele tem mostrado capacidade de negociação em foros internacionais.

Combate à fome. Uma vez escolhido o chanceler de Dilma, Lula deverá decidir seu destino e, portanto, a candidatura brasileira para a FAO. Há mais de um ano, o presidente vinha publicamente reafirmando seu interesse em montar uma entidade, no Brasil, para trabalhar a cooperação com a África e a América do Sul em políticas de combate à fome e à pobreza. Mas, nas últimas semanas, acentuaram-se os rumores de que estaria interessado em assumir a direção da FAO.

Lula dificilmente seria derrotado nessa disputa após a exposição internacional em seus oito anos de mandato e dos resultados do programa Bolsa-Família. Nos cálculos do governo, a mesma lógica caberia a Amorim, que não tenderá a sofrer oposições severas.

Embora a direção-geral da FAO seja o menos vibrante dentre os postos das Nações Unidas, a presença de Lula tenderia a chamar a atenção para a organização, segundo fontes do governo. Para o presidente, essa posição poderá ainda funcionar como uma trampolim para cargos mais ousados no plano internacional.