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43 - A reinvenção da democracia brasileira, os novos sujeitos coletivos e as lutas camponesas.

Autoría: Claudio A. Dourado de Oliveira
Lugar: Brasil - BRA
Fecha de publicación: 06, Marzo, 2019
Editorial: IPDRS
N de paginas: 14
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A reinvenção da democracia brasileira, os novos sujeitos coletivos e as lutas camponesas.

 

 Por Claudio A. Dourado de Oliveira
As lógicas antropocêntricas do capitalismo enquanto civilização dominante e
com os diversos socialismos reais que existiram até agora – deverão ser
repensados a partir de posturas sociobiocêntricas e não serão atualizados
simplesmentemudando seus sobrenomes. Não esqueçamos que socialistas e
capitalistas de todos os tipos se enfrentaram e ainda se enfrentam no quadrilátero
do desenvolvimento e do progresso (Acosta, 2016).

 

 

 

O desejo incessante de encontrar saídas diante das incertezas, no cenário político brasileiro, me motivou a refletir a partir  daqueles/as que sempre tiveram que enfrentar todos as barreiras da sociedade para sustentar suas identidades - camponesa/camponês. Tendo que ganhar mil batalhas sem vencer a guerra, mas sem poder perder nenhuma (D. Ribeiro, 1995).

Em nível nacional é quase um consenso que o nosso projeto de nação seja falho e débil. E que esta deficiência está na falta de resposta, prévia, sobre quem somos. O vazio identitário insinuam o rumo a tomar. Mas, segundo Janine, onde se nota o vazio há presenças, só que mal identificadas por nós. Senão as resistências somente aparecem como obstáculos irracionais, como sinais de atraso; mas pode bem ser que elas expressem algo positivo, um fator cultural a ser levado mais seriamente em conta, em vez desse resíduo desagradável que assim é vislumbrado. Boa parte, por sinal, do trabalho em antropologia nas últimas décadas consistiu em mostrar que, lá onde não se descortinava inteligibilidade, mas tão somente resto ou carência, havia uma cultura pulsando, só que não reconhecida ou percebida enquanto tal (J. Ribeiro, 2000).

No Brasil, mesmo com muitas lutas travadas juntos aos principais partidos de esquerda, como o próprio Partido dos Trabalhadores, desde sempre grandes aliados, estes não foram diferentes, sempre viram este campesinato como uma categoria atrasada e muitas vezes um empecilho para o desenvolvimento, carro chefe dos governos do PT.

O próprio Marx diz que o campesinato é como batata num saco, quer dizer, há situações nas quais o campesinato não chega a se articular politicamente. Ele é uma realidade econômica, mas não é uma classe política, porque não se assumiu, não se organizou. Diante disso, diversos autores afirmaram que o campesinato é uma categoria pouco politizada, pré-política, há um certo primitivismo político nas suas lutas. E, classicamente, como se sabe, se atribui a condição de “povos sem história”, a grupos e nacionalidades que não têm viabilidade histórica, em certas situações. O campesinato como contra-revolucionário, devido ao caráter das suas reivindicações.

Paralelo a esta ideia, temos um país construído a partir dos maiores vícios coloniais que perduram em nosso imaginário, no nosso jeito de ver e fazer a política. Basta uma breve retomada histórica em nossa literatura, que percebemos a necessidade de grandes rupturas. Rupturas estas que não aconteceram com a chegada do PT ao governo, em parte pelas alianças constituídas, pela manutenção do Congresso e Senado não reformado, pelo fortalecimento Judiciário e parte por renegar a revolução a partir das bases, a partir das comunidades, com sua diversidade étnica e cultural, como apresenta Janine Ribeiro, na obra "A sociedade contra o social" (2000).

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